sábado, 23 de fevereiro de 2008

Motivação

Acho que é uma boa idéia começar explicando as minhas motivações para encarar essa viagem.

Busco nessa aventura, bem como em cada passo que dou na vida, o meu desenvolvimento pessoal. Quero enxergar o mundo sob uma nova ótica. Creio que hoje vejo o mundo de dentro de uma caixa, uma caixa formada pela cultura em que passei minha vida toda inserido sujeito a paradigmas hereditários da qual é muito difícil sair. Mas, com essa viagem, verei um pouco mais de cima, podendo entender melhor como o todo funciona. As dificuldades (que são cada vez mais certas) potencializam essa motivação.
Nos tempos de São Carlos, ainda na kitnete, estávamos eu, o Giordan e o Plínio assistindo Apocalypse Now (filme sobre o vietnam do Coppola), quando o Plínio apontou a grandiosidade da cena inicial que já estava me passando despercebida: Ao som de The End do The Doors, o capitão Willard se embriaga solitário sobre a cama discorrendo sobre sua necessidade eminente de receber uma missão, na narração de seu fluxo de consciência uma idéia salta: "ninguém conhece a si mesmo estando dentro de um apartamento em Saigon".

Durante o ano pretendo aprender, além do idioma hindi, o máximo possível sobre a cultura hindu. Sempre tive interesse em me aprofundar melhor no assunto, entender as religiões, filosofias e artes desse lugar. Sou músico hobbista (violonista) e uso a música como ferramenta de auto-meditação. Essa abordagem me fez ter um interesse enorme por alguns instrumentos indianos, mais específicamente a cítara. Estando na fonte, pretendo aprender um pouco desse instrumento. De volta ao Brasil, o Panacéia Live Chillout poderá contar com mais esse instrumento.

Profissionalmente, duas linhas a mais em meu currículo com essa experiência internacional já compensariam qualquer coisa, mas além de tudo, estarei em um trainee em uma multinacional presente em 47 países, vejo aí uma ótima oportunidade de conhecer alguns lugares. Claro, essa é uma hipótese, a Tata Consultancy Services, como outras gigantes da consultoria de software não me cativa por sua estrutura organizacional. Claro que para a empresa ter o tamanho que tem e com as certificações que tem (foi a primeira empresa a conseguir maturidade nível 5 em CMMI e PCMM) foram necessárias algumas burocratizações, mas como consequência, seus desenvolvedores se sentem operários de chão de fábrica a la tempos modernos do Chaplin. É um preço que pago por essa experiência, e pagaria por alguns anos conhecendo lugares nas condições acima, mas com certeza não manteria esse tipo de trabalho por muito tempo. Essa oportunidade será bem vinda se, tendo a experiência da Índia, eu ganhar liberdade criativa dentro da TCS, seja com tomadas de decisões ou seja com gestão de equipes, caso contrário, sobra o mundo para explorar com essas duas linhas a mais no currículo. De certa maneira, a escolha será deles. ;)

Bem, acho que já deu um bom resumo de minhas motivações pessoal, cultural e profissional. Nesse momento passam milhões de coisas pela cabeça mas se eu escrever tudo crio um livro antes mesmo de ir.

Aquele abraço...


3 comentários:

Anônimo disse...

Putz!! É muitoooooo bon te (re)ler e torcer com você e por você! :D

Anônimo disse...

É tão bom saber oq está se passando com vc... Sem ter sobrado tempo para essas conversas (preferimos a cerveja pra despedida, putz, q chato!) agora entendo cada vez mais seus motivos... E sinceramente? Era tudo oq eu poderia esperar de alguém como vc...
Mas vou te dizer uma coisa: vc ainda vai ter muitas surpresas lá e perceber que tem muito mais te esperando por lá...
Bjão, Pri

Anônimo disse...

Jú, mais do q necessário esse blog para matar as saudades ne... que mostrará definitivamente sua importancia na quinta...qdo vc partir.
Mudanças são inevitáveis mesmo...para nosso crescimento espiritual, intelectual e profissional e esse é o seu objetivo!
Então, a única coisa q posso te desejar é boa sorte e que essa experiência traga muito mais do que vc busca!
Bjos